Motor rotativo da Mazda faz 50 anos
A Mazda pode ser hoje conhecida por uma gama homogénea de produtos de renomada qualidade mas, para os mais apaixonados pela história automóvel, será sempre a marca que apostou isolada e estoicamente nos motores rotativos. Daí que esteja a passar um período particularmente festivo, ao assinalar o 50.º aniversário do lançamento de um revolucionário modelo desportivo, o Cosmo, que foi o primeiro automóvel com motor rotativo.
O motor rotativo tem como vantagens usar muito menos peças que um motor convencional – utiliza um rotor em vez dos cilindros, pistões, bielas, válvulas, etc. –, ter um único movimento circular que o torna mais suave e com menos vibrações, além de conseguir maior nível de potência e binário para a mesma cilindrada ("motivos" que fazem com que sejam a escolha preferida de muitos "drifters"). Coloca, contudo, dificuldades na vedação do rotor e na garantia da durabilidade, além de funcionar a temperaturas muito elevadas e de ser mais difícil controlar os consumos e emissões poluentes.
Voltando 50 anos atrás, o Cosmo Sport foi lançado em 1967, sendo conhecido como 110S fora do Japão. E mesmo que apenas tenham sido construídas 1176 unidades, tornou-se num dos carros mais emblemáticos da marca de Hiroshima: pelo "atrevimento" de abraçar uma tecnologia então revolucionária; mas porque transformou a Mazda de marca de comerciais e pequenos automóveis num construtor de veículos emocionais. Foi, no fundo, aí que começou a actual história da marca, com a sua filosofia actual Jinba-Ittai.
Apesar deste sucesso, a Mazda continuou o seu caminho solitário na aposta nos motores rotativos que tinha começado a trilhar com o Cosmo Sport, em 1967, faz agora 50 anos. Período em que fabricou mais de dois milhões de automóveis com os chamados motores Wankel, em honra do seu inventor – Felix Wankel, inventou-o em 1924 e patenteou-o em 1933 –, mas desenvolvido e tornado comercialmente viável pela persistência dos engenheiros e patrões da Mazda.